O estúdio do Green Day em Oakland California é mais ou menos o que você esperaria de uma das maiores bandas de rock do mundo. O complexo cercado inclui uma mesa de Ping-Pong, academia, máquinas que vendem salgadinhos e refrigerantes, biblioteca de vinis, uma enorme garagem de motos, cesta de basquete, e quase qualquer outra coisa que um jovem punk poderia querer. Praticamente a única coisa que não tem é o próprio tatuador. Que pena – porque o lugar teria sido uma ótima fonte de inspiração.
As paredes do lado de dentro e de fora estão cobertas em incríveis grafites do trio da Bay Area. Da mesma maneira que a banda mixou seu ambicioso novo álbum, 21st Century Breakdown, por dentro, a arte do designer Chris Bilheimer nasceu e cresceu por fora, pelas paredes. “A capa do CD na verdade foi feita de um stencil que media somente 30cm. O Bilheimer levou quase 10mil anos para recortar, espreiar e depois tirar fotos dele,” diz o baixista Mike Dirnt, dando risada. “É muito legal.”
Estas artes já estão – ou estarão em breve – tatuadas para sempre nos homens cuja música inspirou a arte de Bilheimer. Dirnt, frontman Billie Joe Armstrong, e o baterista Tré Coll são como outdoors ambulantes da historia de sua banda. E por que não? Mais de duas décadas de carreira, eles já passaram por muita coisa, se tornando a maior banda da história com o Dookie de 94, caindo em buracos auto-descritos, e reemergendo como grande astros do rock com o American Idiot de 2004. O Green Day se transformou de crianças pop-punk, em o que o Armstrong chama de “a banda mais socialmente consciente que existe.”
No novo e incrível 21st Century Breakdown, eles fizeram de tudo, misturaram a marca registrada do Green Day de fortes hinos do rock, com um de seus mais complexos e audaciosos arranjos até agora. É um sucessor de peso ao primeiro ópera-rock do mundo, e um álbum que a banda – e seus fãs – deveriam estar muito orgulhosos de tatuarem neles mesmos. INKED visitou a banda na Bay Area para conversar com cada membro sobre tatuagens, família, estrelismo do rock e TheWho.
Inked: Quando você fez a sua primeira tatuagem?
Billie Joe Armstrong: Eu tinha 18 anos e estava em Memphis, Tennessee. Foi um dos rostos do nosso primeiro álbum. Um cara chamado Rocky que me tatuou.
Qual a sua tatuagem favorita? Minha tatuagem preferida seria as de filme de fotografia da minha esposa Adrienne e eu.
Com que você faz as suas tatuagens atualmente? Com o Bonnie Dobbin no Canadá.
Alguém na sua família tinha tatuagens? Como eles reagiram às suas? Meu pai, meu irmão e minha irmã têm, então ninguém reagiu na verdade.
Vamos falar sobre o novo álbum. O sucesso do American Idiot te deu a confiança de realmente se desafiar no 21st Century Breakdown? Eu acho que foi tudo. O sucesso definitivamente que faz você se sentir livre para fazer isso, e a expectativa era tão alta que tínhamos que ir em frente, não poderíamos desapontar a nós mesmos.
Um álbum do Green Day que nunca teve o respeito que ele mereceu foi o Warning. Na época do Waning nós começamos a desenvolver cada vez mais, e estamos nos desenvolvendo naturalmente, sem tentar forçar a evolução, o que é legal. Nós éramos conhecidos em 94 por sermos a banda preguiçosa. Agora eu sinto que somos conhecidos como a banda mais socialmente consciente que existe. É como se estivéssemos indo de um extremo ao outro em um período de 12 a 15 anos.
O American Idiot saiu uma década após o Dookie, mas mesmo assim vocês conseguiram criar algo que transcendia a música pop para de tornar parte da cultura pop. Muito poucos artistas fazem isto duas vezes. Como você acha que conseguiram fazer isto com 10 anos de diferença entre uma vez e outra? Eu não sei. Quando você faz um álbum, você precisa ter certeza que não deixou de explorar nada, e eu acho que quando você está escrevendo de um ponto de vista político, o que é importante pra mim é que você escreva do mesmo ponto de vista do qual escreveria uma música sobre amor. Até mesmo no novo álbum, vai de Christian’s Inferno para Last Night on Earth. A primeira é uma das músicas mais raivosas e diabólicas que eu já escrevi, e a outra é uma das mais românticas que já escrevi em minha vida. Eu acho que é daí que vem a pureza. Quando eu ouço uma música como “Blowin’ in the Wind”, há algo nela em que posso me espelhar, e é por isso que as pessoas sentem coisas e dizem: “Esta é a minha música. Eu quero que ela toque no meu funeral. Eu quero que ela toque no meu casamento, ou eu quero que ela toque na minha formatura.” Nós tivemos muita sorte pelo fato de termos conseguido fazer algo assim.
Então quais músicas do Green Day você escolheria pra tocar num casamento, numa formatura e num funeral? “Time of Your Life” parece ser uma música que sempre tocou em formaturas e funerais. [Risos] Eu teria que dizer que para um casamento, “Last Night on Earth” seria ótima. E um funeral? “See the Light”, essa é uma boa.
O que o produtor Butch Vig trouxe para o processo de criação do 21st Century Breakdown? Butch trouxe uma sensação calma, coragem e encorajamento para o processo. Ele nunca se assustou com algo que estava acontecendo, mesmo quando dizíamos coisas como “Ó meu Deus, estamos indo longe demais?” Ele sempre tinha uma sensação de calma, de classe, e meio que uma tempestade silenciosa. Acho que ele é o único homem para o trabalho de 21st Century Breakdown. Ele deixou todos em um lugar calmo, ele me fez sentir como seu pudesse escrever; “Não olha para as pressões externas. Estamos todos aqui, vamos abrir uma garrafa de vinho e fazer um álbum de rock fodástico.” Quando eu me sentava com ele e lia as minhas letras era algo importante pois enquanto eu lia as letras para todos, o conceito do álbum ia se desdobrando, e todos estavam vendo que haviam coisas diferentes acontecendo e temas diferentes que estavam se repetindo. O Butch realmente se identificou com estas coisas e tentou fazer com que todas alcançassem seu objetivo.
Então você já havia escrito as letras, ao invés de deixá-las virem através da música? Ah sim. Eu não sabia que as letras teriam um papel tão importante, mas eu acho que para nós, provavelmente se tornou a parte mais importante. Mas eu não posso falar muito pois, afinal, eu escrevi todas. [risos] O conteúdo já estava lá, e os temas do Christian e da Gloria também e foi ótimo.
Vocês tocaram o American Idiot inteiro em alguns shows da turnê. Vocês farão o mesmo nesta turnê com o 21st Century Breakdown? Acho que faremos isso de vez em quando, com certeza. Acabamos de tocar em São Francisco, e tocamos o álbum de cabo a rabo, e eu meio que gosto de vê-lo como um teatro rock’n’roll de várias maneiras. Toda a dinâmica me faz sentir muito bem ao tocar. Está ficando cada vez melhor.
Há músicas do seu catalogo pelas quais vocês desenvolveram uma apreciação diferente – ou que vocês estão muito animados para tocarem? Nós tocamos “Jesus of Suburbia” outro dia, e ela realmente esticou os nossos cérebros a fazer os novos arranjos para 21st Century Breakdown e ser imprevisível no quesito do arranjo da música. Então esta música realmente fez muito sentido ser tocada junto ao novo álbum.
O musical do American Idiot estréia em Berkley, CA, em setembro. Na escala da história do Green Day, onde está ranqueado ter seu próprio musical? É provavelmente uma das coisas mais legais que já aconteceram na minha carreira. Pela primeira vez nós sentimos como se estivéssemos entrando em território novo, e muitas poucas pessoas realmente conseguiram fazer algo assim, e nós estamos fazendo com o diretor Michael Mayer, que fez Spring Awakening, que foi revolucionário. Deu um chute na bunda de todas as formas de se fazer musicais. A primeira vez que eu fiquei sabendo que isto seria realizado, eu pensei, isto é tão louco que pode funcionar, e assistindo, é tipo, isto é foda, é genial! Então isto vai além de um prêmio; isto é como uma arte.
Alguma música do 21st Century Breakdown será inclusa no musical? Sim. “Before the Lobotomy”, “Know Your Enemy”, “21 Guns”, acho que é isso. Então até agora estas três estão no musical.
Quando as pessoas falarem do 21st Century Breakdown daqui a duas décadas, o que você quer que elas digam? Para mim, as pessoas devem olhar para ele como uma ótima era do Green Day e um álbum que as pessoas vão lembrar e dizer: “Este foi um dos melhores CDs de rock de todos os tempos.” É por isso que se anseia, este é o objetivo, e é por isso que nós o fizemos – para fazer um dos melhores álbuns já feitos.
INKED: Quando você fez a sua primeira tatuagem?
Mike Dirnt: Eu fiz a minha primeira tatuagem na noite em que perdi a minha virgindade. Eu tinha 10 anos.
O que era? Minha primeira tatuagem foi um ponto de interrogação no meu tornozelo. Meu amigo Razzle que fez.
Alguém na sua família tinha tatuagens? Minha mãe e minha irmã tinham tatuagens nos dedos. Quando eu fiz a minha primeira tatuagem, a reação delas foi, “Já tava na hora.”
Qual a tatuagem mais doida do Green Day que você já viu? A tatuagem mais doida foi a granada em forma de coração na cabeça de um pênis.
Com que você faz as suas tatuagens atualmente? Mark Mahoney no Shamrock Social Club.
Você o viu recentemente? Minha esposa acabou de tatuar o meu nome dentro do lábio dela. O Mahoney que fez. Foi a primeira tatuagem no lábio que ele fez. Ele já tinha feito uma vez antes, mas ela acabou saindo – então ele fez novamente. Agora ele fez duas na mesma pessoa.
Sua esposa deve ser muito corajosa. Ela é muito corajosa. Ela teve um filho de 3, 64kg e ele é minúsculo. Então ela é foda.
Se você fosse fazer uma tatuagem no seu lábio, o que você tatuaria? Acho que algo como “Punk”. Eu sou um punk nos dois sentidos da palavra. Não sei – talvez eu escrevesse o nome da minha esposa. Justo é justo. Por que não? Vou ganhar dela, vou tatuar o meu olho.
Qual será a sua próxima tatuagem? Eu vou tatuar o nome do meu filho no meu braço, ao lado do nome da minha esposa. Nós não tivemos tempo ainda. Eu acho que semana que vem nós podemos pegar um vôo para lá.
Quando vocês começarem a turnê vai ser bem extensa. Nós não fazemos bosta![Risos]
A maioria das bandas não tem coragem de dizer, “Nós queremos ser a maior e melhor banda do mundo.” Houve um momento em que perceberam que queriam estes títulos? Você começa quando você é uma criança e quer se tornar a melhor coisa desde queijo fatiado. Você quer ser um astro do rock, você quer enlouquecer um milhão, um trilhão de pessoas e se divertir muito fazendo isso, e depois que conseguíssemos isso e ficássemos bem famosos, veríamos alguns pontos altos e depois relaxaríamos nos vales. É fácil perder de vista o que você queria e de vez em quando você precisa perder para reconquistar. Então nós tivemos um tempo onde dizemos: “Que se foda cara. Vamos em frente.” Foi ai que começamos com o American Idiot e ao final da turnê nós pensamos: “Só vamos ter uma chance de seguir adiante com isto.” Talvez American Idiot nos deu a audácia e coragem de pensar que poderíamos seguir adiante em um grande esquema, ou ainda continuar escrevendo as melhores músicas e tentar chegar em um outro nível. Estou feliz que seguimos adiante com isto, eu amo entrar no estúdio e fazer discos punks. Isso é parte do que foi o Foxboro Hot Tubs – só gravar várias músicas no estilo de banda de garagem e tentar fazer tudo em uma noite só. Mas é preciso continuar se esforçando, e chegamos ao ponto onde dizemos: “Vamos em frente.” E talvez ter um filho teve um pouco a ver com isso, mas eu acho que é um grande exemplo para você e para seus filhos quando você tem um sonho vale muito a pena segui-lo, e nada que valha a pena fazer é fácil.
Você se sente como um astro do rock agora? Caralho, sim.
Houve um primeiro momento de astro de rock para você? Sim, teve. Eu estava comendo em um restaurante em Nova Iorque chamado Peasant e estava conversando com a garçonete. Ela disse: “Eu comprei um baixo Mustang dos anos 60 para o meu marido.” E eu disse: “Isso é algo legal pra caralho de se comprar para ele.” Eu dei uma palheta pra ela dar pra ele. Ela disse: “Na verdade, o meu marido é o chef da cozinha.” Então eu fui até lá e falei com ele por um minuto. O cara era super legal. Eu estava sentado lá com quatro ou cinco amigos, nós até tomamos vinho, eu disse que nós queríamos a conta e ela disse: “Oh, tudo bem, o chef já cobriu tudo.” Caramba, que ótimo o que eu ganhei em troca de uma palheta. Na boa, esta deve ter sido a palheta mais cara de todos os tempos.
Os seus amigos ficaram impressioandos? Foi por isso que eu me senti como um astro do rock. Meu amigo virou pra mim e disse: “Wow. Isso foi do caralho Mike.” E eu disse: “Você que está dizendo. Aquilo foi legal.”
O que leva para se tornar um astro do rock? Parte de ser um astro do rock é se manter em contato com a sua criança interior, é subir no palco e querer pular, de divertir e tocar. Eu não sou virtuoso, nós somos uma banda punk, mas sabemos tocar os nossos instrumentos muito bem. Sim, já cometi erros aqui e ali, mas no final do dia eu consegui fazer quase tudo certo. Você simplesmente sobre lá e dá o máximo de si todas as noites – você não deixa nada no palco. Você joga tudo lá toda noite e quando você termina, se não tiver nada no palco, você sabe que você fez o seu trabalho direito e se divertiu pra caralho.
Vocês ainda se sentem como aquela banda que começou a mais de duas décadas atrás na Lookout! Records? Sim. Nós somos aquela banda, mas ao mesmo tempo é só uma parte da gente. Eu acho que se você pegar cada indivíduo desta banda e a some de todas nossas partes, é provavelmente muito mais complexo do que a gente sabe. Há muitas partes diferentes de cada um de nós, que seja o tipo de música que gostamos de tocar ou o alcance das emoções e como nos expressamos e tudo mais.
Todas as músicas no 21st Century Breakdown seguem dois personagens, Gloria e Christian. O que eles significam para vocês? Tem vezes que você se sente muito ligado à sua ideologia e às suas crenças, e tem vezes em que eles são tão questionados durante a vida, ou qualquer outra coisa pela qual você está passando, que você passa a ter uma atitude de “que se foda tudo”. E isso é uma pessoa completa se você quer saber. Então me dá umas drogas e arrume isso. [Risos]
INKED: Quando você fez a sua primeira tatuagem?
Tré Cool: Eu tinha 20 anos. Foi algo engraçado feito pelo Rangoong Ricky em Vallejo, CA.
Com que você faz as suas tatuagens atualmente? Kat Von D fez a última. É a do “Horsehoes and Handgranades”.
Alguém na sua família tinha tatuagens? Meu pai começou a fazer tatuagens aos 50 anos. Ele começou a fazer tatuagens do Green Day, ele tem algo para cada álbum.
O que ele fez para este novo álbum? Ele não fez uma ainda. Não sei ao certo o que ele vai fazer, ele ainda tem muito espaço no corpo, e nós ainda vamos fazer muitos discos, então espero que ele continue com a tradição. [Risos]
O que ele fez para o American Idiot? Ele fez a granada. É o negócio inteiro; ele fez a mão segurando a granada.
Vocês têm tatuagens iguais? Não, não é pra tanto. Eu e minha mãe temos uma cobra no pescoço – não. [Risos]
Seus pais parecem te apoiar muito. Houve algum momento em que eles perceberam que não era só um sonho, mas que seria possível você fazer isso como uma profissão? Eles sempre me apoiaram e sabiam que eu iria continuar independente disso ou não. Meu pai sempre me dá conselhos como: “Hey, fique de boa. Faça o que você sabe fazer, faça o que te deixa feliz.”
Qual será a próxima tatuagem? Eu tenho duas tatuagens do Banksy, o grafiteiro da Inglaterra. Um é uma menininha soltando uma bexiga em formato de coração, e a outra é uma TV voando através de uma janela. Tem outro do Banksy que eu gostaria de fazer, que são ratos recepcionistas que ficam na frente de uma corda vermelha e tem um pequeno tapete vermelho atrás. Estava pensando em colocar algo como isso no meu coração, para proteger a entrada do meu coração. Não sei o que vou fazer, eu ainda preciso pagar a Kat Von D pela tatuagem no meu braço. Ela disse que não terminou ainda e que eu tenho que voltar pra terminar, mas eu sou um medroso quando sou tatuado, então eu gosto de procrastinar.
Então qual foi a tatuagem mais dolorida? Tem uma âncora no meu pulso. Eu estava em Oakland fazendo ela e falei: “Oh, deixa eu tomar um ar, dar uma pausa.” Eu fui lá fora e desmaiei na porra da calçada, na Broadway, em Oakland. Um mendigo veio correndo e disse: “Sim, ele está em choque. Ele precisa de uma Coca ou algo do tipo. De açúcar pra ele.” Eu desmaiei completamente.
Qual a tatuagem mais doida do Green Day que você já viu? Uma vez eu vi uma menina muito magra que tinha retratos realistas de cada um de nós das fotos de publicidade fotografadas pela Marina Chavez.
Falando de fãs, o show ontem a noite foi ótimo. Oh, obrigado, nos divertimos pra caralho. Foi muito bom, subimos no palco com um set list para a primeira metade, pulamos do palco. Eu mijei no beco, depois subi de novo e aceitei pedidos da galera. Foi muito legal!
Quando vocês voltarem a tocar em arenas ainda irão fazer coisas como puxar fãs no palco, ou isso é algo somente para shows pequenos? Não, eu acho que nós sempre gostamos de derrubar as barreiras entre a platéia e a banda. Pode ser convidando eles a tocarem conosco, pode ser a gente descendo pra ficar com eles – nada está realmente planejado. Até quando nós vamos para grandes arenas, pode haver um pouco mais de estrutura e produção em alguns níveis, mas todos estão prontos para qualquer coisa.
Qual foi o primeiro show que você foi? O primeiro show que eu fui, na verdade eu estava tocando na banda de abertura. Eu cresci na selva remota, então nós fomos à Berkley e tocamos com NoMeansNo, Mr. T Experience, Sweet Baby Jesus, e Victor’s Family. Minha banda, The Lookouts, abriu. Foi muito foda! E eu pude ficar atrás do baterista do NoMeansNo e ver ele tocar, até hoje ele é um dos meus bateristas favoritos.
Quem mais está na sua lista de bateristas favoritos? Oh, tem o Ringo Starr, Charlie Watts, e claro, o Gene Kruppa. Buddy Rich foi fenomenal, mas eu amo os que não eram considerados herois – como o cara do Generation X, ele era incrível. Todos os bateristas do AC/DC foram fodas. Eu acho que eles sabiam tocar muito, e eu aprecio, tipo, Ringo – bateristas que conseguem não ser egoístas quanto ao seu estilo de tocas, escolhem seus momentos com sabedoria, e tocar para a música.
Quem está na lista de bandas que você nunca viu mas amaria ver? Eu vi o The Who recentemente e eles foram fodasticos. Eu vi eles em Los Angeles no Nokia Theatre, estávamos muito animados, bem perto do palco, Cara. O Pete Townshend é uma força, eu sempre amei os discos dele, mas ver ele ao vivo pela primeira vez, e estar em pé em frente ao amplificador e o ouvir tocando é realmente um prazer. O Zak Starkey estava na bateria e ele foi o baterista perfeito para o The Who. Fiquei muito impressionado com eles.
Você mencionou o Pete Townshend. Há algum famoso que o deixou deslumbrado? Quando eu conheci o Mick Jagger eu fiquei deslumbrado, quando eu conheci o Paul McCartney eu fiquei deslumbrado, e quando eu conheci o Pete Townshend eu fiquei deslumbrado. Essas foram as três vezes em que eu me senti meio estranho ao conhecer alguém por ser um fã. Então isso é muito legal.
Quando você conheceu o Jagger pela primeira vez? Estávamos no Canadá e fomos convidados a assistir eles ensaiarem. Nós assistimos e depois ele veio em minha direção e disse: “Yeah, muito legal conhecer você.” Ele é um cavaleiro e um cavalheiro. [Risos]
Eles sempre escolhem ótimas bandas de abertura. Você abriria para eles só pelo prestigio de já ter tocado com os Stones? Oh, sim. Eu gostaria de tocar com eles, isso seria demais. Acho que preferiria só ir assistir eles ao invés de me preocupar em tocar com eles. [Risos] Eles têm uma ótima lista de bandas que abriram para eles. Na parte americana da nossa turnê, vamos levar ótimas bandas para abrirem para gente. Temos o The Bravery para a primeira parte, temos o Franz Ferdinand, e depois temos o Kaiser Chiefs para a outra parte. Estamos levando bandas que nós realmente gostamos para a turnê e temos certeza que será um show foda. Todas estas três bandas são ótimas ao vivo.
Há músicas do novo álbum que já se tornaram favoritas de se tocar ao vivo? “East Jesus Nowhere” é muito foda. É provavelmente uma das minhas músicas favoritas no momento porque ela é bem pesada, me atinge em vários níveis.
Em “See the Light” o Billie canta, “Eu só preciso saber o que faz a luta valer a pena.” Pra você, pelo que vale a pena lutar? O que você tem em mente? Eu lutaria por esta banda, lutaria pelo seu direito de festejar, lutaria por música, lutaria pela arte, lutaria pelos seus relacionamentos. Você sabe- lutar pela sua família.
Tradução: Marie Bastos